segunda-feira, 24 de março de 2008

365

Um ano. Eu queria dizer que passou rápido e que muita coisa aconteceu. Não seria mentira, mas também não seria honesto dizer que eu não senti cada um dos 365 dias desde que tudo aconteceu. Pra mim mais. O meu ano sem o Bruno foi completado no dia 25 de dezembro de 2007, perto das 4h da madrugada... Eu ainda não usei aquele vestido denovo. Não por nada, só porque dói um pouco. Respirar também dói um pouco, mas a gente segue respira. E viver também dói um pouco mais desde aquele dia.

Hoje faz 365 dias que eu tive a maior enxaqueca da vida. Por mais estranho que possa parecer (e julguem o quanto quiserem, eu não me importo), essa noite eu não dormi direito de enxaqueca. O nosso subconsciente faz cada coisa... Naquele dia também.

Bom, abaixo o que eu escrevi logo que soube. Toda vez que leio me sobe um gosto amargo na boca, a inspiração fica difícil...

Sunday, March 25, 2007

In the sky with diamonds
Hoje eu nao acordei. Fui arrancada da sonolencia pela voz tremula e metalizada da minha mae ao telefone me dizendo a pior coisa que eu podia ouvir. Estupidamente, fui jogada de encontro a realidade cruel e fria, a qual eu no podia nem presenciar, nem imaginar.
Estar longe tem dessas coisas. Eu vivo de imagens nebulosas, vozes baixas na memoria, artificiais ao telefone. Sentimentos de 0 e 1 quando eu escrevo “te amo e estou com saudades”; tudo parece tao distante no tempo e perto no coracao.
Se eu pudesse escolher, estaria em lugar-algum agora. Onde eu pudesse acordar de verdade desse pesadelo terrivel que nao me liberta nem quando as minhas lagrimas frias escorrem no rosto vermelho de quem nao sabe nem o motivo do choro. Eu nao consigo acreditar, e nao consigo parar de chorar.
Queria ter amigos aqui, queria estar ai com os amigos, queria abracar… mas, na verdade, o que eu queria mesmo era ouvir a voz do Bruno denovo, dizendo qualquer coisa, mas dizendo. “Muita coisa acontece em seis meses” ele me disse da ultima vez que nos vimos. Queria que fosse mentira.
Assim que a minha mae me disse, chorando, que o meu amado amigo havia partido, so uma coisa me veio a cabeca: lucy in the sky with diamonds. E eu nao consigo tirar essa musica da cabeca desde entao.
O Guaragna ama Beatles. Na minha casa, certa vez, desfilava seu vasto conhecimento sobre a discografia da banda enconto faziamos um dos famosos churrascos da turminha da Cyberfam.
Eu espero que ele tenha chegado la num barco num rio, com arvores de bergamota ao redor sob um ceu de marmelo. Espero que alguem tenha chamado ele, e ele tenha visto vagarosamente, impressionado com a beleza do lugar. Espero que esse alguem seja uma menina com olhos de caleidoscopio capaz de ajuda-lo a ver o colorido de la e daqui.
Espero que ele encontre flores de papel celofane amarelas e verdes, pontes, fonts, taxis de jornal, retratos de pessoas vestidas em glass ties.
O Bruno levou consigo uma parte de nos. Me fez diferente, muito diferente, e vai continuar me fazendo diferente a cada dia que eu lembrar dos momentos que passamos. No Runo sempre vai faltar alguem pra por o capacete do pai, pra falar mal das musicas que eu ouco, da minha mania de discutir com os motoristas ao redor, pra me ensinar mil vezes o caminho para a Lagoinha, para dizer tchau e nao baixar o pino da porta.
If I could stay, then the night would give you up… stay, then the day would keep its trust. Stay, then the night would be enough.
Faraway, so close. Infelizmente, com satellite television you can’t go anywhere. A minha musica favorita da banda que o Bruno nem gosta tanto assim.
And if you listen, I can’t call. And if you jump, you just might fall, and if you shout I’ll only hear you.
Nao foi o bastante. Nunca eh. Ainda espero que tu estejas no aerporto quando eu chegar. Eu nao consegui te dizer, espero que tu ouca: te amo. Nunca vou esquecer de nada.
In the sky with diamonds, sao tres da manha. Um silencio e nao tem ninguem por perto. So um estrondo e um sino.. como se um anjo caisse no chao.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

E um beijo para a Morena

Foi algum dia de fevereiro de 2005. Pode até ter sido há exatamente três anos. Pouco importa, na verdade. Eu me lembro de pouca coisa. Atrás de mim, graças a uma arrumação no quarto, a tala que eu usava no joelho (a qual eu nunca mais pretendo usar; da qual eu não consigo me desfazer) me lembra, mais que a cicatriz, da exata época. Pré-terceiro semestre.

O segredo já não é mais tão secreto. Contudo, ninguém nunca vai dizer, ver ou, sequer, lembrar exatamente do que aconteceu. E precisa? Basta saber que foi ali, naquele dia, que a amizade nasceu mesmo. Por um motivo ou por outro.

Eu choro de saudades, mas fico orgulhosa ao ver o que nos tornamos. Foi o orgulho também que segurou o meu choro na frente do prédio da Morena hoje. Depois toda a porto Alegre viu. Azar. Aquela noite deixou saudades. Não. As pessoas deixaram. E (nos) deixam. Constantemente.

Cansei de viver ontem. Cansei de viver amanhã. Ainda gosto de relembrar e projetar, infelizmente. Abaixo, o que eu escrevi na ocasião.

Ps.s: um beijo pra Morena.

People.... (fevereiro de 2005 em www.fecris.theblog.com.br)

As pessoas são engraçadas. Teve um tempo que eu achei que as odiava. Sabe? Pessoas são estranhas, complicadas, frescas e cheias de defeitos. Preferia os livros, as músicas... Mas esses foram feitos por pessoas então, sei lá.
Bem, mas a minha vida sempre foi cheia de amigos, pessoas maravilhosas que me faziam sempre dar mais uma chance pra esses seres estranhos. Então a vida se seguiu assim.
Hoje eu acho as pessoas legais, algumas delas... Aliás, eu tenho a felicidade de conhecer várias dessas pessoas diferentes, boas, agradáveis. Por isso gostaria de agradecer algumas coisas que pessoas fizeram... Pessoas eu conheço e que eu não conheço. Lá vai a lista:

Obrigada às minhas amigas do colégio que em aturam até hoje, as minhas mudanças repentinas e as que aconteceram ao longo dos anos.
Obrigada aos meus amigos da faculdade por me fazerem feliz mesmo nos momentos mais tristes e por me chamarem a atenção a coisas tão boas na vida que, não fosse por eles, eu jamais viveria.
Obrigada ao Diego por ter alugado um ap SUPERBACANA na república.
Obrigada às bandas White Stripes, Strokes, The Cure, Rolling Stones, e à Cássia Eller por terem embalado a noite de ontem, tudo devidamente mixado com os hip hop do vizinho.
Obrigada aos caras que inventaram a Polar, sem comentários.
Obrigada ao inventor do gelo!!!! Esse não dá pra esquecer!
Obrigada ao trio do mal por ter comparecido ontem, bem como à Nanda, Aline, Morena, Analu, Pancho, Bolinha e Diego.
Obrigada aos Engenheiros do Hawaii por terem feito um show bem bacana que eu assisti bem quietinha antes de ir pra república.
Obrigada à Camilinha e à sua amiga que me deram carona pra Cidade Baixa.
Obrigada ao inventor da toalha de banho. (essa é pela analu)
Obrigada ao vizinho que emprestou a luz pra gente ouvir os CDs.
Obrigada a todos os que sabem EXATAMENTE do que eu estou falando por estarem lá naquela noite e, princpamente, por permitirem que ela fique na memória dos poucos privilegiados que estavam na “festa do apê do Diego”.

Algo mais? Acho que sim, mas deixa pra lá. No mais, “todos com as suas peças de roupa nos seus devidos lugares??” hahahahahahahahahaha

Enfim, acho que eu me redimi com as pessoas. Sem comentários sobre como eu me diverti. Desculpa ter falado coisas bobas hoje, mas não podia passar batido.

P.s.1: Obrigada ao ânderson meu QUERIDO LINDO GOSTOSO AMIGO que insistu que eu atualizasse o blog (tá bom assim?)
P.s.2: Esqueci do tradicional momento musical. Queria uma música dos engenheiros, mas ficou difícil escolher. Enfim escolhi. Galerinha da FAMECOS, queridos amigos, essa é pra vocês... Nós realmente vibramos em outra freqüência...

outras frequências
(gessinger)

seria mais fácil fazer como todo mundo faz
o caminho mais curto, produto que rende mais
seria mais fácil fazer como todo mundo faz
um tiro certeiro, modelo que vende mais

mas nós dançamos no silêncio
choramos no carnaval
não vemos graça nas gracinhas da tv
morremos de rir no horário eleitoral

seria mais fácil fazer como todo mundo faz
sem sair do sofá, deixar a ferrari pra trás
seria mais fácil, como todo mundo faz
o milésimo gol sentado na mesa de um bar

mas nós vibramos em outra freqüência
sabemos que não é bem assim
se fosse fácil achar o caminho das pedras
tantas pedras no caminho não seria ruim

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Música

é uma das coisas que eu mais gosto. como eu ando sem tempo, sem vontade, sem saco e sem criatividade, me inspiro nelas, nas letras das músicas. Algumas bacaninhas, nas quais prestei atenção nos últimos tempos, seguem abaixo.


Feist - 1234
1234
tell me that you love me more
Sleepless long nights that is what my youth is for

Old teenage hopes are alive at your door
Left you with nothing but they want some more

Ohhhhh
You're changing your heart
Ohhhhh
You know who you are

Sweetheart, bitterheart, now I can't tell you apart
Cosy and cold, put the horse before the cart

Those teenage hopes who have tears in their eyes
Too scared to own up to one little lie

Ohhhhh
You're changing your heart
Ohhhhh
You know who you are

123456 9 and 10
Money can't buy you back the love that you had then

123456 9 and 10
Money can't buy you back the love that you had then

Ohhhhh
You're changing your heart
Ohhhhh
You know who you are

Ohhhhh
You're changing your heart
Ohhhhh
You know who you are

Who you are
For the teenage boys
They're breaking your heart
For the teenage boys
They're breaking your heart

Ok Go - The House Wins

Fingers blistered from the nightly scratching at the
window which won't open far enough to let air in.
The house wins.
Oh the house always wins.

Feral cats are screaming at the clouds beneath the
window with the crask so small that nothing gets
within.
The house wins.
Oh the house always wins.

You don't have to be alone to be lonely,
You might as well give in.
Telephones are howling at the cats out in the alley
and the window offers nothing in the din.
The house wins.
Oh the house always wins.

Clouds uncage the car alarms to chase the cats and
telephones.
Fingers rake and rasp away themr skin.
The house wins.
Oh the house always wins.

You don't have to be alone to be lonely,
You might as well give in.
Yeah you don't have to be alone to be lonely,
You might as well give in.
Ice age upon catastrophic ice age of selection andonly one result has trickled in...
The house wins.
Oh the house always wins.

If evil were a lesser breed then justice after all
these years the righteous would have freed the worldof sin.
The house wins.
Oh the house always wins.

You don't hav to be alone to be lonely
You might as well give in.
You don't have to be sick to be dying
You might as well give in.
You don't have to have lost to be lost.
Oh give in.
You don't have to be alone to be lonenly
You might as well give in.

Travis - Beautiful Occupation

Don't just stand there watching it happening
I can't stand it
Don't feel it
Something's telling me
Don't wanna go out this way
But have a nice day
Then read it in the headlines
Watch it on the TV
Put it in the background
Stick it in the bag
Stick it in the bag

For the beautiful occupation
The beautiful occupation
You don't need an invitation
To drop in upon a nation

I'm too cynical
I'm just sitting here
I'm just wasting my time
Half a million civillians gonna die today
But look the wrong way

Then read it in the headlines
Watch it on the TV
Put it in the background
Stick it in the bag
Stick it in the bag

For the beautiful occupation
The beautiful occupation
You don't need an invitation
To drop in upon a nation

Don't just stand there watching it happening
I can't stand it
Don't feel it
Something telling me
Don't wanna go out this way
But have a nice day

Then read it in the headlines
Watch it on the TV
Put it in the background
Stick in the bag
Stick in the bag

For the beautiful occupation
The beautiful occupation
Don't need an invitation
To drop in upon a nation

The beautiful occupation
The beautiful occupation
So much for an intervention
Don't call the united nations

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Todo carnaval tem seu fim e é o fim e é o fim

Combinaria bem mais com os textos anteriores se eu escrevesse: "carnaval, carnaval... eu fico triste quando chega o carnaval...". O negócio é que eu não fico. Não me entendam mal, eu ODEIO o xziriguidumtunchiquidumtchioleleolala da Avenida, mas eu sempre acabo fazendo coisas legais nessa época anyway...
Esse ano, mantendo a tradição "tudo menos desfiles do grupo J do carnaval de São Lourenço do Sul na TV", recebi umas amigas em casa e lembrei como a vida é boa.

E tenho dito. Pena que acabou...
Abaixo, o e-mail pós-feriado para cobrar o acerto das contas... Outro dia eu falo dos filmes que nós vimos. Ah, aliás, fica mais fácil de entender o que vem a seguir se eu disser que vimos "A Hora do Pesadelo" (Escolha da Cris), "Donnie Darko" (Escolha do amigo da locadora que entendeu "Brasco" errado) e "Paris, Texas" (Escolha do Arthur que me ofereceu o DVD e eu aceitei). Ah, eu vi "the Wall" terça à noite. O Roger Waters tem SÉRIOS problemas com a humanidade. Mas a humanidade também tem sérios problemas consigo mesma, então.. tudo bem...

Ta, fica melhor de entender também seeu disser que fomos no Beco segunda à noite, parau m "baile de máscaras". Deveras divertido :)

deixa eu brincar de ser feliz...

E-mail que mandei pras gurias hojede manhã. (gurias: Fê Morena, Camis Mazzini, Cris Simon e Analu Bazerque)

Justificativa do orçamento e sinopse

Como todas sabem, Beverly Hills é um bairro caro. Mesmo com mal tempo.
Principalmente quando carregamos uma parte de Las Vegas para ele, especialmente organizada para criar um ambiente propício à realização de jogatinas complexas e cheias de truques como o Uno.
Hollywood também é um lugar caro. E é de lá que vieram todos os astros e estrelas que por BH (não o do pão-de-queijo, muito mencionado também) passaram, como Johnny Deep, Drew Barrymore e Nastassja Kinski, cujos cachês nos engordaram o orçamento. Mas tudo isso, é claro, para criar o filme perfeito, que não caia no clichê "jovens em fim de faculdade" ou "mulheres neuróticas se encontram para dividir problemas e partilhar experiências".


Bem... eis que a sinopse

Os pais de uma bela jovem moradora dos arredores de uma cidade importante do Brasil - não situada no nordeste nem na Amazônia - viajam e ela convida as amigas para passar um feriado em sua casa. Tudo ocorre muito bem, até que um homem com garras de ferro e braços de lango-lango aparece em seus sonhos e elas passam a ter (mais) problemas. Muita aventura e confusão quando surge um garoto com esquizofrenia neurótica e visões, que o fazem ver de tudo. Ela fogem para um lugar seguro: uma casa escura com luzes coloridas e músicas agitadas, mas é lá que muito sangue será derramado. Então, no dia seguinte, um homem sem memória aparece, com muito chocolate e um mistério: por que o ônibus não vem nunca? Este filme divertido e cheio de complexidades emocionais vai envolver você na história de cinco garotas tão bonitas quanto encrenqueiras. Você vai se apaixonar!
"É um filme e tanto" - Rubens Edwald Filho
"Absolutly wonderful" - The New York Times
"A legend to become" - The Washington Post
* * * * * - Folha de S. Paulo
Orçamento:
R$ 113,00 (total do super) + R$ 15,00 (no armazém ontem)
menos:
8,51 - uvas bonitas que têm sido meu café da manhã
2,99 - leite de soja da mamys
2,99 - leite de soja da mamys
7,65 - laranja pro suquinho no papys
6,59 - pizza de calabresa que o alex comeu
8,00 - metade da ceva que o pai vai dar fim esse final de semana ou no outro

76.79 - líquido do super
+ 15,00 (supermago)
_________________
91.79
/5

R$ 18.36/cada
a morena me pagou R$ 20 ontem. To te devendo R$ 1 e pouco.
tava devendo R$ 2 pra Nalu.
Alguém pagou mais alguma coisa?!?!
Beijos
cathinnnnnnnnnnnnnha!, como diria o Mika.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Meus 15 anos...

entre os 14 e os 16 anos eu era muito criativa. Como toda garotinha, amava e desamava, sofria... nossa, tudo com muita intensidade. A Ju (Kuka), minha amiga desde então, encontrou em casa algumas das coisas que a gente escreveu na época, as quais eu queria compartilhar porque acho que falta um pouco desse fervor em todos nós na maior parte do tempo.

Amor é Contradição

por: FêCris (com 14 anos)

Acordei
Uma dor o peito invade
como chama que arde
no coração do covarde
que não admite que invade
seu coração quem o deixou

Levantei

Um vazio, um momento
atordoa meu desalento
a vida leva o vento
para onde sedento
vou em busca do amor

Respirei
Sua falta senti
e nunca menti
te amo e a saudade
de ti, amor de minha vida
que enorme ferida
em mim deixou
para sempre sentida
a dor que se instalou

Morri
De solidão
De carência
aqui verão
minha morte com decência
pois morre meu coração
mas não a consciência
de que te amei no verão,
no inverno, na vivência
de uma vida sem preocupação
com muita transparência
pois é certa a exatidão
da demência
do coração
que perdeu a consciência
a noção, a carência
de paixão
sem correspondência

Ressucitei
Ah amor
me ame como eu te amo
e não me deixe só
pois com muita dor
acabo o desabafo
com lágrimas de dó
e a voz não cala:
te amo e só.

Três versões. (Nomeei assim agora)
Por Juliana Marcato (Kukinha - 15 anos)

Ainda bem que eu NÃO dei

Ainda bem que eu não dei
Ainda bem que não rolou
Ainda bem que não foi dessa vez
Que teu jogo não funcionou

Imagina se ontem eu tivesse dado
Acreditado no seu tipo apaixonado
E hoje você mal falou comigo
Mandou um "oi" meio de amigo
Como se nada tivesse rolado
Imagina se eu tivesse liberado...

E você ia sumir de qualquer jeito, sem motivo
E eu ia achar que o problema era comigo
Que bom que você sumiu antes de se revelar
É ótimo não ficar esperando o telefone tocar

Agora cê que fique na vontade
Nem adianta insistir
E quando seus amigos perguntarem
Encara e diz: "não, não comi"

Ainda bem que eu não dei
Ainda bem que não rolou
Se situa, meu bem
Joga limpo que eu dou

Ainda bem que eu DEI

Ainda bem que eu dei
Sem fazer tipo, sem fazer jogo
Assim é mais gostoso
Tava tudo mesmo pegando fogo

Dei querendo dar
Dei sem encanar
Dei sem me preocupar
Se amanhã cê vai ligar

Pode sumir, pode espalhar, pode desaparecer
Foi mesmo uma delícia dar pra você
Se quiser de novo, fica à vontade
Não tenho medo da saudade

Dei na maior fé, na paz
Foi SIM e não TALVEZ
E se você ainda quiser mais
Pega a senha, entra na fila e espera a vez

Ainda bem que eu dei
Tudo lindo, tudo zen
Só uma perguntinha
Foi bom pra você também?

Que MERDA que eu dei

Que lixo, que desperdício
Que triste, que meretrício
Que ódio, que papelão
Que merda, que situação

O que parecia ser tão bom
Foi sem cor, sem gosto, sem som
Quero esquecer o que aconteceu
Não, acho que não era eu

Não sei como eu fui cair na sua
Nesse seu papo de ir ver a lua
Devia estar a fim de ser enganada
Bêbada, carente, triste, surtada

E você se aproveitou desse momento
Fingiu de amigo, solidário, no sentido
Mas no fundo sabia bem o que queria
Como é que eu fui cair nessa baixaria?

Que merda que eu dei
Já esqueci, apaguei
Tchau querido, tenho mais o que fazer
Melhor comer sorvete na frente da TV

Nós éramos assim, pensávamos assim. Onde foram parar essas meninas? São o "inha" das nossas mulherzinhas.

" when they get what they want they never want it again" - Hole
era isso que a gente ouvia... dá pra entender, daí...

domingo, 20 de janeiro de 2008

Coincidências e o destino

Eu acabei de ouvir no Fantástico (que eu assisti por 2 minutos no intrevalo de outra coisa) que um casal na grã-bretanha coseguiu anular o casamento porque eles descobriram ser irmãos gêmeos, separados no nascimento após terem sido gerados por uma mãe que se valeu da lei do parto anônimo.

Segundo o Wikipedia, a Grã-bretanha, fomada por Inglaterra, País de Gales e Escócia, tem cerca de 57 milhões de habitantes espalhados por 229.850 km² de área, o que corresponde a uma densidade de 248 hab/km². Eu sei que moramos todos em Porto Alegre, o único lugar do mund onde não importa onde se vá, sempre se encontra alguém conhecido (exceto pela cidade da Lissi, minha amiga, onde 700 pessoas dividem a mesma cidade... acho que é o único lugar que deve ser pior), mas, convenhamos, encontrar, apaixonar-se e casar com o seu próprio irmão gêmeo desconhecido. Quem explica?

Aí eu tento ser cética. Tava vendo O Sistema hoje, os capítulos que eu perdi, e agora não pude deixar de me sentir a Regina quando vê o Matt e a Trash serem teletransportados para Londres e fica "bicho... bicho... eu sou cética!!!". Não, ok, talvez seja a maior coincidência já registrada na história (exceto pela sincronia do The Dark side of The Moon e do Wizzard of Oz - original de 30 e poucos), mas, vocês já pararam pra pensar que pode não ser?

Eu tava conversando com um amigo dia desses. Nós nascemos no mesmo dia, mesmo hospital, nossas mães eram amigas, estudamos no mesmo colégio, ele namora uma das minhas melhores amigas (e eu nunca tive nada a ver com isso, eles se conheceram sozinhos), cursamos o mesmo curso na mesma faculdade (em turnos diferentes) e vamos nos formar juntos. Ele disse: não pode ser só coincidência. Podem ser os astros, alinhados para que fôssemos geminianos comunicativos, jornalistas os dois. Pode ser que não, mera obra do operador de puppets lá em cima.

E se as pessoas que a gente encontra no caminho sejam mais que obra do total acaso? E se existe mesmo alguém com fios invisíveis nos fazendo fazer as coisas, só para que a gente possa ir de encontro àquele (a) que dividirá conosco alegrias, anústias, tristezas ou simplesmente umas horas de distração? Tipo no Quero Ser John Malkovitch... e se o John Cusak realmente nos controla lá de cima? Ou se há um andar 7 e 1/2 em cada um de nós?!?!?!

Eu não tomei nada, eu juro! Ta, dois dias sem sair de casa e duas garrafas de cooler no jantar podem ter ajudado na minha junção de perspectivas... Mas ninguém pode negar: é uma questão a se refletir.

Aí eu fico imaginando: mas e se algo der errado? E se aquela pessoa pela qual a gente fez tudo o que fez até agora simplesmente trocar de fila, errar a deixa, se distrair, te squecer, nunca te conhecer?!?! Será que ficamos vagando eternamente no vazio existencial da falta de par? Da passagem do tempo? Da perda da deixa?

Eu só sei que tudo isso parece muito estranho. Esse casal britânico me deixou embasbacada.

E também outras coisas, claro... Eu tenho pensado demais. No que fazer, no que pensar, em como afir, no que eu quero, no que eu não quero... Cansa muito.

Todo o mundo vai comemorar o dia em que essa paz se acabar.

Já se acabou.

Ou me mato ou me mudo.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Tudo tudo no seu devido lugar no seu devido lugar

cumé?

Como fica tudo tudo no seu devido lugar no seu devido lugar? Eu tenho tentado descobrir sem muito sucesso. Por que a vida pareceu ma grande preparação para alguma coisa que vai acontecer a seguir? Sempre a expectativa, a espera, a preparação pra alguma coisa? Com oalguém que não desfaz as malas, não pinta as paredes, não compra em excesso... não acumula. Eu tenho deixado tudo assim, desarrumado, tudo para depois. Isso não pode ser bom.

Não pode ser bom porque as coisas vão acontecendo, os anos vão passando, as pessoas vão morrendo. E eu nessa eterna espera. Espera de quê? Ta esperando o quê? Ta com medo de quê?!?!

Ta. Ok. Soprar a paixão contida. Ou, como dizia no nick do messenger (verdadeiras fontes de sabedoria da pós-modernidade) de uma amiga minha outro dia: "diga a verdade e saia correndo".

Um... dois... três... e... averdadeéqueeusouumaneuróticapsicóticatodaerradaquenaosabedenadanemdoquequer,nemdoquenãoquer,nemdoquevaifazerdavida.masagorachega!agoraeuvoufazer!aguarem...

Tudo tudo
no seu devido lugar
no seu indevido lugar

fuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Nenhuma paixão contida

Hoje eu não contive nenhuma paixão. Pela primeira vez na vida. Exarcebei tudo. Foi ótimo. Vai ser denovo daqui a 21 anos, aguardem...

Sério. como é bom gritar com as pessoas quando se tem vontade! Ficar com raiva! Dizer palavrão... ahhhhhhhhhhhh tentem, POR FAVOR...

Sem mais.

NÃO CONFIE (O) EM NINGUÉM COM MAIS DE TRINTA.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Ter ou não ter esperança?

Eis a questão. Eu duvido muito da capacidade masculida de apaixonar-se. Não consigo acreditar em um homem que diz não poder pensar em mais ninguém exceto na “amada”. Não em um de verdade. Em contrapartida, as mulheres fazem cada coisa... se desesperam, tomam remédios para dormir, enlouquecem, batem os carros, enchem o cu de cachaça. Tudo por quê? Para suprir um vazio: algumas vezes o sentimental; muitas o físico.

Esse vazio, no entanto, não é deixado pelo “amado” que partiu. Ele é sim moldado pela esperança no amor, que crescemos cultivando e hoje nos abandona em doses homeopáticas.

(pausa para meditação)


Então eu me deparo com a seguinte questão: se não temos mais esperança... de que vivemos? De que vive e do que se alimenta a atual sociedade senão de esperança?

Pois, se ouço todos os dias que o mundo vai esquentar até torrar a todos nós, que podemos morrer, que tudo faz mal...

E se não pudermos mais esperar que nos amem, que façam algo, que hajam, que resolvam seus próprios problemas, que não nos machuquem... E se desconfiarmos de tudo... o que sobra?

Eu não sei...

(you’re lucky lucky...)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Outra coisa...

Que eu passei a vida inteira fazendo foi aprender. Eu passei tanto tempo aprendendo sobre certas coisas que esqueci de aprender a apreender.

Apreender e deixar pra lá são coisas que a gente deveria nascer sabendo, mas ainda na infância isso é difícil. Minha madrinha me contou que eu demorei uns 3 meses pra aprender a andar (problemas de apreensão), ...

Cansei de escrever isso.

Não quero mais aprender. Ou apreender. Para que se apegar as coisas?! Elas somem mesmo... As pessoas morrem e isso é horrível! Para que se apegar se tudo pode sumir em um segundo?

Cansei disso também.

Eu quero construir. Uma família, uma carreira, um lar, amizades. Eu sou uma construtora. Eu nunca fui, mas agora eu sou. Lembro que na primeira sessão de análise que eu fiz com a minha atual analista eu disse “o meu problema é que eu penso e desconstruo demais as coisas... e agora eu não sei mais construí-las”. Aí eu me transformei numa construtora: “primeiro fazer, sem pré-julgamentos”. Assim, eu me tornei uma pessoa de carne e osso denovo: com expectativas, sonhos, ilusões, vontades... Que ódio! Por que construir é tão mais difícil?!?!

Mas eu cansei disso também.

Chega, boa noite.



p.s.: Fui ao inferno e lembrei de você.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Tem alguma coisa me incomodando muito...

E não é nada que me deixe triste. Não é uma pedra no sapato... é mais como um chiclete colado na sola do sapato que não nos impede de andar mas sempre faz questão de nos lembrar que estamos dando um novo passo. Ai, soou piegas, droga. Vou tirar o “novo”, vai soar menos piegas, quer ver?

é mais como um chiclete colado na sola do sapato que não nos impede de andar, mas sempre faz questão de nos lembrar que estamos dando um passo.

Viu?

Talvez eu tenha problemas com a palavra “novo”. Ou com a idéia de “novidade”. Ou com as mudanças que as coisas “novas” acarretam. Talvez não.

Eu vou substituir o “a gente” pelo “eu” hoje. Porque não adianta tentar ser impessoal. Todas as melhores coisas já escritas até hoje eram pessoais... As piores também.

EU passei boa parte da vida (21 anos é tudo o que eu tenho dela até hoje) tentando deixar tudo pronto para uma situação futura. Estudei no primeiro grau para ter um bom segundo. No segundo para passar no vestibular. Na faculdade para ter uma carreira. E trabalhei.

Em algum momento entre os últimos meses eu decidi que não quero mais o futuro. Foda-se o futuro. Foda-se. Eu também não to aqui pregando que se devesse “amar as pessoas como se não houvesse amanhã”. Ainda não descobri como amar as pessoas. Ainda não descobri como não amar as pessoas.

Voltando. Agora eu cansei. Não quero mais perder o tempo. Não temos todo o tempo do mundo. Não quero dirigir pra poder ler e pensar enquanto me locomovo; quero subir de escada para não esperar elevador; quero todos os meus amigos; quero fechar os olhos dançando até cedinho e depois voar...


Mas de que adianta querer? Querer não é poder. Eu não quero poder. Quem precisa (de) poder? Quem precisa de poder querer? Posso?

Tem aqueles momentos em que EU fico com a cabeça girando, cheia de coisas. E quero quebrar o abajour, como as borboletas na música do Arthur que, num sobro de paixão contida, se soltam e vão voando pela sala. Tem outros que não. Eu prefiro os que sim.

Em geral é bom. Viver, dançar e quebrar o abajour. E não pensar no futuro, e não esperar as coisas. E, com tudo isso, perder dentes.

Fico. Volto. Mudo. Vejo. Ouço. Sinto. Nas horas vagas eu penso em tudo isso.