segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Meus 15 anos...

entre os 14 e os 16 anos eu era muito criativa. Como toda garotinha, amava e desamava, sofria... nossa, tudo com muita intensidade. A Ju (Kuka), minha amiga desde então, encontrou em casa algumas das coisas que a gente escreveu na época, as quais eu queria compartilhar porque acho que falta um pouco desse fervor em todos nós na maior parte do tempo.

Amor é Contradição

por: FêCris (com 14 anos)

Acordei
Uma dor o peito invade
como chama que arde
no coração do covarde
que não admite que invade
seu coração quem o deixou

Levantei

Um vazio, um momento
atordoa meu desalento
a vida leva o vento
para onde sedento
vou em busca do amor

Respirei
Sua falta senti
e nunca menti
te amo e a saudade
de ti, amor de minha vida
que enorme ferida
em mim deixou
para sempre sentida
a dor que se instalou

Morri
De solidão
De carência
aqui verão
minha morte com decência
pois morre meu coração
mas não a consciência
de que te amei no verão,
no inverno, na vivência
de uma vida sem preocupação
com muita transparência
pois é certa a exatidão
da demência
do coração
que perdeu a consciência
a noção, a carência
de paixão
sem correspondência

Ressucitei
Ah amor
me ame como eu te amo
e não me deixe só
pois com muita dor
acabo o desabafo
com lágrimas de dó
e a voz não cala:
te amo e só.

Três versões. (Nomeei assim agora)
Por Juliana Marcato (Kukinha - 15 anos)

Ainda bem que eu NÃO dei

Ainda bem que eu não dei
Ainda bem que não rolou
Ainda bem que não foi dessa vez
Que teu jogo não funcionou

Imagina se ontem eu tivesse dado
Acreditado no seu tipo apaixonado
E hoje você mal falou comigo
Mandou um "oi" meio de amigo
Como se nada tivesse rolado
Imagina se eu tivesse liberado...

E você ia sumir de qualquer jeito, sem motivo
E eu ia achar que o problema era comigo
Que bom que você sumiu antes de se revelar
É ótimo não ficar esperando o telefone tocar

Agora cê que fique na vontade
Nem adianta insistir
E quando seus amigos perguntarem
Encara e diz: "não, não comi"

Ainda bem que eu não dei
Ainda bem que não rolou
Se situa, meu bem
Joga limpo que eu dou

Ainda bem que eu DEI

Ainda bem que eu dei
Sem fazer tipo, sem fazer jogo
Assim é mais gostoso
Tava tudo mesmo pegando fogo

Dei querendo dar
Dei sem encanar
Dei sem me preocupar
Se amanhã cê vai ligar

Pode sumir, pode espalhar, pode desaparecer
Foi mesmo uma delícia dar pra você
Se quiser de novo, fica à vontade
Não tenho medo da saudade

Dei na maior fé, na paz
Foi SIM e não TALVEZ
E se você ainda quiser mais
Pega a senha, entra na fila e espera a vez

Ainda bem que eu dei
Tudo lindo, tudo zen
Só uma perguntinha
Foi bom pra você também?

Que MERDA que eu dei

Que lixo, que desperdício
Que triste, que meretrício
Que ódio, que papelão
Que merda, que situação

O que parecia ser tão bom
Foi sem cor, sem gosto, sem som
Quero esquecer o que aconteceu
Não, acho que não era eu

Não sei como eu fui cair na sua
Nesse seu papo de ir ver a lua
Devia estar a fim de ser enganada
Bêbada, carente, triste, surtada

E você se aproveitou desse momento
Fingiu de amigo, solidário, no sentido
Mas no fundo sabia bem o que queria
Como é que eu fui cair nessa baixaria?

Que merda que eu dei
Já esqueci, apaguei
Tchau querido, tenho mais o que fazer
Melhor comer sorvete na frente da TV

Nós éramos assim, pensávamos assim. Onde foram parar essas meninas? São o "inha" das nossas mulherzinhas.

" when they get what they want they never want it again" - Hole
era isso que a gente ouvia... dá pra entender, daí...

domingo, 20 de janeiro de 2008

Coincidências e o destino

Eu acabei de ouvir no Fantástico (que eu assisti por 2 minutos no intrevalo de outra coisa) que um casal na grã-bretanha coseguiu anular o casamento porque eles descobriram ser irmãos gêmeos, separados no nascimento após terem sido gerados por uma mãe que se valeu da lei do parto anônimo.

Segundo o Wikipedia, a Grã-bretanha, fomada por Inglaterra, País de Gales e Escócia, tem cerca de 57 milhões de habitantes espalhados por 229.850 km² de área, o que corresponde a uma densidade de 248 hab/km². Eu sei que moramos todos em Porto Alegre, o único lugar do mund onde não importa onde se vá, sempre se encontra alguém conhecido (exceto pela cidade da Lissi, minha amiga, onde 700 pessoas dividem a mesma cidade... acho que é o único lugar que deve ser pior), mas, convenhamos, encontrar, apaixonar-se e casar com o seu próprio irmão gêmeo desconhecido. Quem explica?

Aí eu tento ser cética. Tava vendo O Sistema hoje, os capítulos que eu perdi, e agora não pude deixar de me sentir a Regina quando vê o Matt e a Trash serem teletransportados para Londres e fica "bicho... bicho... eu sou cética!!!". Não, ok, talvez seja a maior coincidência já registrada na história (exceto pela sincronia do The Dark side of The Moon e do Wizzard of Oz - original de 30 e poucos), mas, vocês já pararam pra pensar que pode não ser?

Eu tava conversando com um amigo dia desses. Nós nascemos no mesmo dia, mesmo hospital, nossas mães eram amigas, estudamos no mesmo colégio, ele namora uma das minhas melhores amigas (e eu nunca tive nada a ver com isso, eles se conheceram sozinhos), cursamos o mesmo curso na mesma faculdade (em turnos diferentes) e vamos nos formar juntos. Ele disse: não pode ser só coincidência. Podem ser os astros, alinhados para que fôssemos geminianos comunicativos, jornalistas os dois. Pode ser que não, mera obra do operador de puppets lá em cima.

E se as pessoas que a gente encontra no caminho sejam mais que obra do total acaso? E se existe mesmo alguém com fios invisíveis nos fazendo fazer as coisas, só para que a gente possa ir de encontro àquele (a) que dividirá conosco alegrias, anústias, tristezas ou simplesmente umas horas de distração? Tipo no Quero Ser John Malkovitch... e se o John Cusak realmente nos controla lá de cima? Ou se há um andar 7 e 1/2 em cada um de nós?!?!?!

Eu não tomei nada, eu juro! Ta, dois dias sem sair de casa e duas garrafas de cooler no jantar podem ter ajudado na minha junção de perspectivas... Mas ninguém pode negar: é uma questão a se refletir.

Aí eu fico imaginando: mas e se algo der errado? E se aquela pessoa pela qual a gente fez tudo o que fez até agora simplesmente trocar de fila, errar a deixa, se distrair, te squecer, nunca te conhecer?!?! Será que ficamos vagando eternamente no vazio existencial da falta de par? Da passagem do tempo? Da perda da deixa?

Eu só sei que tudo isso parece muito estranho. Esse casal britânico me deixou embasbacada.

E também outras coisas, claro... Eu tenho pensado demais. No que fazer, no que pensar, em como afir, no que eu quero, no que eu não quero... Cansa muito.

Todo o mundo vai comemorar o dia em que essa paz se acabar.

Já se acabou.

Ou me mato ou me mudo.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Tudo tudo no seu devido lugar no seu devido lugar

cumé?

Como fica tudo tudo no seu devido lugar no seu devido lugar? Eu tenho tentado descobrir sem muito sucesso. Por que a vida pareceu ma grande preparação para alguma coisa que vai acontecer a seguir? Sempre a expectativa, a espera, a preparação pra alguma coisa? Com oalguém que não desfaz as malas, não pinta as paredes, não compra em excesso... não acumula. Eu tenho deixado tudo assim, desarrumado, tudo para depois. Isso não pode ser bom.

Não pode ser bom porque as coisas vão acontecendo, os anos vão passando, as pessoas vão morrendo. E eu nessa eterna espera. Espera de quê? Ta esperando o quê? Ta com medo de quê?!?!

Ta. Ok. Soprar a paixão contida. Ou, como dizia no nick do messenger (verdadeiras fontes de sabedoria da pós-modernidade) de uma amiga minha outro dia: "diga a verdade e saia correndo".

Um... dois... três... e... averdadeéqueeusouumaneuróticapsicóticatodaerradaquenaosabedenadanemdoquequer,nemdoquenãoquer,nemdoquevaifazerdavida.masagorachega!agoraeuvoufazer!aguarem...

Tudo tudo
no seu devido lugar
no seu indevido lugar

fuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Nenhuma paixão contida

Hoje eu não contive nenhuma paixão. Pela primeira vez na vida. Exarcebei tudo. Foi ótimo. Vai ser denovo daqui a 21 anos, aguardem...

Sério. como é bom gritar com as pessoas quando se tem vontade! Ficar com raiva! Dizer palavrão... ahhhhhhhhhhhh tentem, POR FAVOR...

Sem mais.

NÃO CONFIE (O) EM NINGUÉM COM MAIS DE TRINTA.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Ter ou não ter esperança?

Eis a questão. Eu duvido muito da capacidade masculida de apaixonar-se. Não consigo acreditar em um homem que diz não poder pensar em mais ninguém exceto na “amada”. Não em um de verdade. Em contrapartida, as mulheres fazem cada coisa... se desesperam, tomam remédios para dormir, enlouquecem, batem os carros, enchem o cu de cachaça. Tudo por quê? Para suprir um vazio: algumas vezes o sentimental; muitas o físico.

Esse vazio, no entanto, não é deixado pelo “amado” que partiu. Ele é sim moldado pela esperança no amor, que crescemos cultivando e hoje nos abandona em doses homeopáticas.

(pausa para meditação)


Então eu me deparo com a seguinte questão: se não temos mais esperança... de que vivemos? De que vive e do que se alimenta a atual sociedade senão de esperança?

Pois, se ouço todos os dias que o mundo vai esquentar até torrar a todos nós, que podemos morrer, que tudo faz mal...

E se não pudermos mais esperar que nos amem, que façam algo, que hajam, que resolvam seus próprios problemas, que não nos machuquem... E se desconfiarmos de tudo... o que sobra?

Eu não sei...

(you’re lucky lucky...)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Outra coisa...

Que eu passei a vida inteira fazendo foi aprender. Eu passei tanto tempo aprendendo sobre certas coisas que esqueci de aprender a apreender.

Apreender e deixar pra lá são coisas que a gente deveria nascer sabendo, mas ainda na infância isso é difícil. Minha madrinha me contou que eu demorei uns 3 meses pra aprender a andar (problemas de apreensão), ...

Cansei de escrever isso.

Não quero mais aprender. Ou apreender. Para que se apegar as coisas?! Elas somem mesmo... As pessoas morrem e isso é horrível! Para que se apegar se tudo pode sumir em um segundo?

Cansei disso também.

Eu quero construir. Uma família, uma carreira, um lar, amizades. Eu sou uma construtora. Eu nunca fui, mas agora eu sou. Lembro que na primeira sessão de análise que eu fiz com a minha atual analista eu disse “o meu problema é que eu penso e desconstruo demais as coisas... e agora eu não sei mais construí-las”. Aí eu me transformei numa construtora: “primeiro fazer, sem pré-julgamentos”. Assim, eu me tornei uma pessoa de carne e osso denovo: com expectativas, sonhos, ilusões, vontades... Que ódio! Por que construir é tão mais difícil?!?!

Mas eu cansei disso também.

Chega, boa noite.



p.s.: Fui ao inferno e lembrei de você.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Tem alguma coisa me incomodando muito...

E não é nada que me deixe triste. Não é uma pedra no sapato... é mais como um chiclete colado na sola do sapato que não nos impede de andar mas sempre faz questão de nos lembrar que estamos dando um novo passo. Ai, soou piegas, droga. Vou tirar o “novo”, vai soar menos piegas, quer ver?

é mais como um chiclete colado na sola do sapato que não nos impede de andar, mas sempre faz questão de nos lembrar que estamos dando um passo.

Viu?

Talvez eu tenha problemas com a palavra “novo”. Ou com a idéia de “novidade”. Ou com as mudanças que as coisas “novas” acarretam. Talvez não.

Eu vou substituir o “a gente” pelo “eu” hoje. Porque não adianta tentar ser impessoal. Todas as melhores coisas já escritas até hoje eram pessoais... As piores também.

EU passei boa parte da vida (21 anos é tudo o que eu tenho dela até hoje) tentando deixar tudo pronto para uma situação futura. Estudei no primeiro grau para ter um bom segundo. No segundo para passar no vestibular. Na faculdade para ter uma carreira. E trabalhei.

Em algum momento entre os últimos meses eu decidi que não quero mais o futuro. Foda-se o futuro. Foda-se. Eu também não to aqui pregando que se devesse “amar as pessoas como se não houvesse amanhã”. Ainda não descobri como amar as pessoas. Ainda não descobri como não amar as pessoas.

Voltando. Agora eu cansei. Não quero mais perder o tempo. Não temos todo o tempo do mundo. Não quero dirigir pra poder ler e pensar enquanto me locomovo; quero subir de escada para não esperar elevador; quero todos os meus amigos; quero fechar os olhos dançando até cedinho e depois voar...


Mas de que adianta querer? Querer não é poder. Eu não quero poder. Quem precisa (de) poder? Quem precisa de poder querer? Posso?

Tem aqueles momentos em que EU fico com a cabeça girando, cheia de coisas. E quero quebrar o abajour, como as borboletas na música do Arthur que, num sobro de paixão contida, se soltam e vão voando pela sala. Tem outros que não. Eu prefiro os que sim.

Em geral é bom. Viver, dançar e quebrar o abajour. E não pensar no futuro, e não esperar as coisas. E, com tudo isso, perder dentes.

Fico. Volto. Mudo. Vejo. Ouço. Sinto. Nas horas vagas eu penso em tudo isso.